Histórico no Brasil

No Brasil as técnicas terapêuticas com animais só começaram a ser difundida após a década de 50. Durante essa época, algumas das opções de tratamento psiquiátrico giravam em torno de hospitais, insulinoterapia (tratamento por insulina), lobotomia (intervenção cirúrgica no cérebro), confinamento e eletrochoque, as terapias com auxilio de animais começou a se destacar no país pela insatisfação desses métodos convencionais e consideradas agressivas da renomada médica psiquiatra, Nise da Silveira.

Brasileira e aluna de Carl Jung, Nise da Silveira dedicou-se à psiquiatria e as relações emocionais entre pacientes e animais. Começou sua pesquisa com pacientes internos percebendo a facilidade com que pacientes esquizofrênicos lidavam com os cães, tão grande era o sucesso diante desta inter-relação que ela chamava os animais de co-terapeutas.

Neste trabalho o conceito desenvolvido por ela foi chamado de afeto catalisado, em que o animal permanecia com o doente de maneira não invasiva e sendo um apoio seguro para que o próprio doente se organize psiquicamente, deste modo, facilitando o contato dos pacientes com a realidade.

Os primeiros estudos começaram no Centro Psiquiátrico Pedro II no Rio de Janeiro por acaso, quando Silveira encontrou aos arredores do hospital uma cadela abandonada, um dos internos demonstrou muito interesse no bichinho e ela perguntou se ele não que queria cuidar, mas deixou bem explicito os termos de “tratá-lo com muito cuidado”, após este momento, nomearam a cadelinha de Caralâmpia e os resultados desta convivência entre o animal e o paciente observados pela doutora foram excelentes.

Em sua pesquisa, várias outras referências relacionadas a este tipo de tratamento foram exemplificadas, como a de pacientes com histórico de agressividade, tomar posturas mais calma e tranquila quando tinha a responsabilidade de cuidar de um bichinho, mostrando ser capaz de realmente cuidar deles e demonstrar afeto. Outros demonstram sua auto estima recuperada ao compartilhar seus talentos com os cães e gatos.

No Brasil, ainda há poucos estudos sobre o tema, mas a utilização de animais na terapia e o interesse da prática por profissionais de saúde têm aumentado, no entanto, a falta de regulamentação da prática limita a sua aplicação em alguns ambientes, como clínicas e hospitais. O que Existe em leis no Brasil é especificado sobre o uso da TAA nos hospitais públicos, conveniados e cadastrados no Sistema Único de Saúde – SUS e, dispõe principalmente sobre a prática da Equoterapia.